O empreiteiro delator da “Lava Jato”, afirmou
conforme noticiado no jornal Folha de São Paulo desta dada, que para não perder
contratos com a Petrobras sua empresa a UTC foi coagida a contribuir com a campanha
da presidenta Dilma Rousseff com a bagatela de R$ 7,5 milhões. Ricardo Pessoa, dono do grupo empresarial, disse ainda ter investido desde 2010
a 2014 o montante de R$ 53,6 milhões ficando assim distribuídos entre os
partidos políticos:
- PT = R$ 22,3 milhões;
- PSDB = R$ 9,2 milhões;
- DEM = R$ 4,8 milhões;
- PMDB = R$ 3,9 milhões;
- Outros = R$ 14,4 milhões.
Prestem atenção senhores leitores, estamos
citando dados de apenas um grupo empresarial. Quantas outras igualmente não contribuíram
para que a nossa digníssima presidenta fosse eleita?
E para a oposição e demais políticos, quantos
milhões foram injetados?
Por que uma empresa investiria R$ 53,6
milhões em campanhas políticas?
Empresas não visam lucro?
É obvio se empresas são capitalistas e visam
lucros, elas investem em campanhas políticas para garantir que seu capital e
consequente lucro seja ainda maior.
É por isso que a reforma política não será de
fato concretizada, pois enquanto for financiada pela iniciativa privada, haverá
sempre jogo de interesses, as campanhas deveriam ser bancadas pelo governo, com
contas específicas e controladas pelo TCU, MPF, PF e sociedade civil. Cujos
recursos devem ser distribuídos igualitariamente para que todos os partidos
tivessem condições de concorrer em pé de igualdade. Venceria o candidato que
melhor proposta apresentasse e não aquele que mais dinheiro tivesse.
É claro que tudo isso só funcionaria adequadamente
a partir do princípio de que o cidadão fosse conscientizado a não vender seu
voto, mas infelizmente a corrupção está intrínseca entre as partes, o lado
político que para ganhar se corrompe oferendo vantagens, a empresa que para ter
lucro e vantagens se submete a bancar políticos e o brasileiro que na ponta se
deixa corromper quando aceita favores em troca do voto.
Ailton Santiago.