Há alguns anos estamos vivenciando dificuldades em desenvolver ou
atrair atividades econômicas que possam mudar para melhor o cenário de Nova Olímpia
e região, no entanto, não tem sido fácil quebrar paradigmas onde a monocultura
predomina (cana-de-açúcar), pecuária (engorda) centralizada nas mãos de grandes
fazendeiros e assentados (agricultura familiar) com sérias dificuldades de se
manter em seu “pedaço de chão” sem infraestrutura e condições mínimas de
sobreviver. Sem citar que famílias foram assentadas sem nenhum critério, se
tinham ou não tradição, conhecimento ou interesse de trabalhar a terra e dela
tirar o sustento. Pois o que vemos são muitos, vindo a cidade para comprar na
feira livre o milho, o arroz e até a mandioca para o sustento do seu dia-a-dia.
Enquanto o seu vizinho de propriedade consegue fazer a terra produzir, garantindo
seu sustento e investir na melhoria da propriedade.
Se aqui tivéssemos a cultura do associativismo e/ou cooperativismo
seria mais fácil, penso que o caminho é esse, a união em prol de um projeto que
possa de fato alavancar o desenvolvimento do Município. No entanto, cultura é
tradição, não se enfia goela abaixo, vai-se trabalhando a conscientização e
serão os resultados de pequenos grupos de pessoas que convencerão outras a
aderir. Não tem sido fácil mudar o individualismo. Mas aos poucos vamos mostrando
que juntos somos mais fortes e que o poder de compra, venda e de investimentos
são bem mais vantajoso quando se participa de um grupo, associação ou
cooperativa.
Em 2007, quando fui secretário municipal de Indústria e Comércio, estimulei a empresa “Indústria e Comércio de Doces O Que Bom Ltda” a se instalar em Nova Olímpia, e para isso era importante que houvesse matéria prima para que ela se estabelecesse, fizemos reuniões com assentados e demais produtores rurais, instruindo-os a plantar pés de coco, já que o doce de coco é o carro chefe da linha de produção da indústria. Como resultado, hoje a Indústria que abastece mais de 30 municípios mato-grossenses continua buscando sua principal matéria prima nos municípios circunvizinhos.
Agora estamos novamente tentando atrair uma nova indústria a “Alimentos
Carpello” e, mais uma vez será proposto a parceria com os agricultores,
esperamos para o bem de todos puder contar com a cooperação, para aos poucos
mudar os rumos da nossa economia local.
A maioria das terras do Município estão sendo utilizadas para o plantio da cana e são de propriedades da Usina o que dificulta em muito a mudança da cultura, mas, conversas com fornecedores e proprietários de terras particulares já estão sendo feitas para que deixem de plantar a cana e introduza outras culturas como a soja, algodão e o milho. É preciso diversificar a economia, o município não pode ficar à sombra de uma única árvore empregatícia. Cuja árvore se sabe já não produz os mesmos frutos.
Cabe a nós, gestores públicos e população em geral estarmos buscando
alternativas para superarmos o momento crítico que o país vem passando, a
desaceleração da economia brasileira reflete diretamente a todos, e nosso Município
não está imune a isso. Se a indústria, comércio e os prestadores de serviços
não vão bem, todos sofrem com isso, os negócios param, as propriedades desvalorizam
ninguém vende, ninguém compra e a crise se instala, é preciso unir forças,
muita dedicação e trabalho para reverter o cenário.
Não é momento de reclamar, é de trabalhar! Simples idéias podem mudar o
rumo das coisas, apontar erros e não mostrar com efetiva ação como se deve
fazer é hipocrisia, faça a diferença, participe e ajude-nos a construir um novo
cenário.
AILTON
SANTIAGO
É secretário
Municipal do desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços em Nova
Olímpia-MT
Administrador de
empresas e Pós-Graduando em MBA em Gestão Pública