Empresários do comércio estão sofrendo grandes prejuízos financeiros com pelo menos três modalidades de golpes praticados via telefone e internet a partir de diversas cidades brasileiras, entre as quais São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
O “golpe do cartório” ou de “protesto de título” é um dos que mais têm feito vítimas. Há casos de comerciantes que pagaram R$ 30 mil e até R$ 40 mil para quitar títulos falsos, enquanto os verdadeiros estavam sendo protestados.
Nesse caso, os estelionatários acompanham as publicações do cartório de protesto, feitas nos grandes jornais de circulação diária, para levantar informações detalhadas sobre os devedores e seus credores e, assim emitir os boletos falsos de cobrança.
Foi assim que aconteceu com o empresário R.A.L., de 59 anos, que pagou R$ 5,7 mil por uma dívida falsa. Ele, que prefere não se identificar, contou que três dias de atraso no pagamento foram suficientes para a prática do golpe.
O comerciante diz que houve atraso na entrega da cobrança e ele chegou a procurar a empresa credora, onde foi informado que o título estava em uma determinada agência bancária. No banco, descobriu que já havia sido protocolado no cartório de protestos.
No dia seguinte, o empresário recebeu uma mensagem via email com o título, supostamente enviado pelo cartório, e o número da conta bancária em que deveria fazer o depósito.
Acreditando que estaria quitando a dívida, R. emitiu a ordem crédito. Ele disse que somente descobriu que se tratava de golpe quando um representante do credor, por telefone, quis saber por que ainda não havia pago a conta, como se comprometera dias antes.
O comerciante disse que em nenhum momento duvidou da autenticidade do título, mesmo porque trazia o brasão do Tribunal de Contas e fazia referência à Corregedoria da Justiça e à Central de Avisos de Protestos, órgãos aos quais os cartórios de protesto estão legalmente subordinados.
Golpes como este estão ocorrendo com tanta frequência que o cartório de protesto mantém alerta permanente abaixo da lista de aviso de títulos publicada diariamente nos jornais. O informe diz que os cartórios não enviam mensagem por email e tampouco recebem por transferência ou depósito bancário, como estão fazendo os estelionatários.
Outro golpe que preocupa a classe empresarial está relacionado à oferta de empréstimos bancários. Prometendo juros com percentuais cinco vezes inferiores aos praticados do mercado, de 0,50%, organizações criminosas fazem contato com os comerciantes se passando por integrantes de bancos cooperativos.
O superintendente do Sicoob Cooperloja de Cuiabá, Jessé Ribeiro, explicou que para fazer o cadastro e assegurar a “liberação” os bandidos pedem o adiantamento de 10% do valor do empréstimo. Depois disso, não se consegue mais contatar os responsável.
Um terceiro golpe, do falso anúncio, também tem feito vítimas. O comerciante, acreditando que está anunciando sua empresa em uma lista telefônica, compra e paga por um espaço que jamais existiu.
Fonte: http://www.diariodecuiaba.com.br/ ALECY ALVESDa Reportagem
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