quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Na Busca do Voto, o Garimpo é Aqui

Na última edição, o Liberal trouxe matéria sobre a “Chuva de Candidatos” em Nova Olímpia e chamou atenção dos leitores sobre aqueles que há quatro anos estiveram aqui, abocanharam votos e foram eleitos com o apoio do eleitorado novaolimpiense.

A pergunta é a seguinte:

Os que foram eleitos e ou ficaram suplentes e assumiram os cargos honraram os votos aqui obtidos?

Em algum momento nos últimos quatro anos retornaram, trouxeram algum benefício para a cidade, ou apenas são os chamados ‘Copa do Mundo/Paraquedistas” que apenas aparecem quando em época de eleição?

E eles são, novamente, merecedores de seu voto?

Nesta eleição, além da enxurrada de candidatos, o que também chama a atenção são as placas, também conhecidas por mini-outdoor, espalhadas pelas principais ruas da cidade. Na verdade, quase todos os municípios de Mato Grosso estão empesteados de plaquetas com foto ‘bonita’, nome, número e indicação da coligação a que pertence o candidato.

Toda manhã e a tardezinha, é aquele corre-corre de cabos eleitorais colocando ou retirando placas, afinal de contas, vale tudo para conseguir o voto do mais desavisado eleitor que muitas vezes se deixa levar pelo poder financeiro dos candidatos ou pelas pesquisas de institutos de credibilidade duvidosa, tudo para não perder o voto.

Nova Olímpia, analogicamente pode ser comparada a Serra Pelada. Quem não ouvir falar sobre aquele garimpo dos anos 80 no interior do Estado do Pará. Pra lá, em busca de riqueza, ia gente de todas as partes do país. Por aqui, vemos candidatos de todos os lados na busca do voto, assim como lá, quem por aqui chegar, seu quinhão estará garantido, principalmente aqueles candidatos que se “colam” em pessoas populares, líderes políticos e empresariais da cidade, associando o nome de cidadãos de boa fé para conseguir transferência de votos por carisma. O cidadão leva o candidato a tiracolo e assim vai ganhando uns pontinhos dos eleitores.

Na verdade, essa prática é bem válida, principalmente porque, entre a grande maioria, temos dois tipos de eleitores: os que ainda não sabem em quem vão votar, e aqueles que, definitivamente, não sabem votar – e, por isso, fazem as piores escolhas, exatamente por estarem desinformados, sujeitos a toda sorte de assédio de políticos (nem sempre bem intencionados), ouvem promessas que não serão cumpridas e têm a sensação de que ganharam alguma coisa, quando, na verdade, são os que mais perdem depois que são conhecidos os resultados das urnas.

Nelson Alves.

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