Já que o poder público Municipal de Nova Olímpia, nada tem feito para estimular a instalação de novas empresas na cidade e muito menos tem se preocupado com a evasão das mais de 5 mil pessoas que partiram para outras localidades em busca de emprego, quem sabe agora com a iniciativa privada através do grupo Itamarati que está realizando pesquisa no plantio da Batata-doce como alternativa na produção do etanol, parte dos grandes problemas (geração de emprego) do município e dos desempregados principalmente no período entressafra, possam estar sendo resolvidos.
O programa MT Rural de hoje (11), da TV Centro América afiliada à Rede Globo mostrou matéria sobre o assunto, essa pode ser na verdade o estímulo que os novaolimpienses estavam esperando para não desistirem de vez da cidade, quem sabe agora com a possibilidade de mais uma safra, o desemprego diminua e a cidade possa voltar a crescer. Isso claro se os políticos colaborarem.
Vejam matéria de Vivian Lessa do site agronegócio.com.br: “A necessidade de equilibrar a produção e o consumo de combustíveis renováveis no país abriu o leque de pesquisas com matérias-primas pouco convencionais. O setor estuda a alternativa de produzir etanol usando batata-doce. As pesquisas com o produto iniciaram na Universidade Federal do Tocantins (UFT) há cerca de 10 anos e foram trazidas para Mato Grosso pelo pesquisador independente Aldo Silva, que é membro da comissão regulamentadora de etanol da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Ciclo produtivo é de quatro a cinco meses
Segundo ele, os campos demonstrativos mato-grossenses superaram os resultados obtidos nas lavouras do Tocantins. "A média de produtividade em Mato Grosso alcançou 103 toneladas por hectare, enquanto no outro estado [Tocantins] foi de 65 ton/ha. O clima foi o fator predominante neste caso", explica. A princípio, a intenção do setor é complementar a produção de etanol obtido da cana-de-açúcar. "A batata-doce, cujo ciclo varia de quatro a cinco meses, pode ser plantada na entressafra da cana", acrescenta o pesquisador. Ele ressalta que a rusticidade que permite a adaptação em solos de baixa e média fertilidade, bem como a resistência a pragas, são motivos que podem incentivar a produção no estado.
A alternativa, para o presidente da Cooperativa dos Produtores de Cana-de-açúcar de Campo Novo dos Parecis (Coprodia), Luiz Loro, é interessante, já que haverá utilização das indústrias enquanto a cana ainda está no campo. "Atualmente, na entressafra as máquinas que processam a cana para produzir etanol ficam paradas e com o plantio da batata não haverá essa interrupção". Na Coprodia, que em níveis de produção e comercialização ocupa atualmente o primeiro lugar entre as cooperativas em Mato Grosso, o plantio da batata-doce ainda está em fase experimental. "Plantamos apenas um hectare. Dependendo dos resultados pretendemos expandir essa área". A cooperativa, que tem cerca de 50 associados, produz 120 milhões de litros de etanol e 1 milhão de sacas de 70 quilos de açúcar durante uma safra em uma área de 25 mil hectares.
Ramas são replantadas
Na Usina Itamarati, que produz 201 milhões de litros de etanol e 4,1 milhões de sacas de açúcar em 67 mil hectares, o projeto de plantar batata-doce está avançando. O gerente agrícola da empresa, Jair Carvalho, conta que está havendo a multiplicação das mudas. A área, que era de um hectare, está aumentando para três ha. "Estamos verificando a vocação desta nova cultura para iniciar a produção em escala comercial".
De acordo com o diretor executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool-MT), Jorge dos Santos, o surgimento de alternativas para a produção de biocombustíveis é benéfico para o setor. "Estamos em fase de estudos, mas esperamos que a batata-doce possa vir a ser a salvação das lavouras".
Em visita às áreas experimentais do estado, o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tiago Quintela Giuliani, explica que o governo pode conceder incentivos se for comprovada a eficácia da batata-doce na produção de etanol. Conforme ele, a pesquisa é única no país e tem potencial de expansão.
Perspectiva
A produção de etanol em Mato Grosso poderá em quase 60% em apenas dois anos. A perspectiva, de acordo com dados da Pesquisa da Cultura da Batata-doce como Fonte de Matéria-Prima para Produção de Etanol desenvolvida pelo projetista industrial Aldo Silva, é aumentar em cerca de 510 mil litros, considerando apenas uma safra de batata-doce por ano. Desta forma, o estado produziria mais de 1,3 milhão de litros de etanol por ano. O índice é semelhante ao registrado na safra 2008/2009. Atualmente, a produção de etanol em Mato Grosso é de 852 mil litros. De acordo com o pesquisador, em dois anos a estimativa é que o estado produza em 30 mil hectares de batata-doce. "Temos condição de produzir 103 toneladas por há, resultando em 3 mil toneladas de batata no total estimado para Mato Grosso".
A pesquisa
Os estudos sobre a viabilidade da batata-doce na produção de etanol estão sendo desenvolvidas em Mato Grosso pelo pesquisador Aldo Silva há pelo menos três anos. Os campos experimentais estão localizados em Tangará da Serra, Campo Novo dos Parecis e Nova Olímpia, respectivamente, distantes a 242 quilômetros, 397 km e 207 km de Cuiabá.
A pesquisa foi iniciada há cerca de 10 anos pelo doutor em melhoramento genético da Universidade do Tocantins, Márcio Antônio da Silveira. As amostras analisadas no estado mato-grossense apontaram que a batata-doce pode ser cultivada em clima temperado com verão quente, assim como nos climas tropicais e equatoriais. Quanto ao regime de chuvas, uma precipitação de 500 a 750 mm bem distribuída durante o ciclo vegetativo, proporciona uma boa produção. O custo de produção da batata-doce chega a ser 58% menor que outras culturas.
Para a reprodução, emprega-se fragmentos de caules de 15 centimetros a 30cm, com 4 a 8 entrenós. As mudas devem ser coletadas de plantas sadias, sem viroses e fungos. Consideram-se como ideais para o plantio os solos mais leves, soltos, permeáveis, bem drenados e com boa aeração, a planta é bem tolerante as variações de acidez de solo, sendo mais tolerante que a maioria das outras hortaliças. Para implantação de uma lavoura de batata-doce, o produtor tem três opções para obter novas plantas: por meio de batatas; retirando-se ramas-semente ou estacas de uma cultura em desenvolvimento ou cultivando se uma área como viveiro de mudas. O processo da colheita pode ser manual ou mecanizado”.
Fonte: agrodebate.com.br/fotos: Vivian Lessa