sexta-feira, 22 de maio de 2009

PTrobrás e a CPI

Petrobras pode aproveitar CPI para melhorar
O governo quer tudo: presidência, relatoria da CPI. Radicalizar não é bom, mas também não é bom ceder o poder. As CPIs começam com muito entusiasmo e depois acabam. A última, das escutas telefônicas, tem dificuldade até para terminar.

A oposição exagera no barulho. O governo exagera um pouco no catastrofismo. Diz que vai atrapalhar negociações para financiar o pré-sal, para construir uma refinaria gigantesca; vai atrapalhar na Bolsa. Mais ou menos como o fim da CPMF iria atrapalhar as contas públicas, e nada aconteceu. Lembram-se da CPI dos Bingos, que seria a CPI do fim do mundo? Pois o mundo não acabou.
O que importa é que a Petrobras é uma empresa tão grande e tão importante para o Brasil, que investigações não podem ser palanque de nada. Apurações sérias sobre elisão fiscal, ou sobre patrocínios, os superfaturamentos, ou excessos de bondades internas, ou uso político, podem aprimorar a empresa e torná-la ainda mais sólida. Podem ajudar a purificar as contas e com isso sobrar mais para os acionistas, vale dizer sobrar mais para o Tesouro Nacional. Se assim for, será bom para a empresa, bom para o governo e bom para o país.

Se a oposição ficar no barulho, fica mal para ela. No jogo político, teoricamente, o governo tem maioria tranquila: oito a três na comissão de inquérito. Mas o governo não está tranquilo, porque o Senado não tem sido dócil. O PMDB menos ainda.

Um argumento do governo é que a CPI desmoralizaria a Petrobras, abrindo caminho para privatizar. É bom lembrar que nada desmoralizou mais a empresa estatal do que as siderúrgicas e telefônicas que davam prejuízo e passaram a dar lucro depois de privatizadas. A Petrobras já dá lucro e pode aproveitar a CPI para ficar melhor - isso bem que poderia ser o objetivo a unir governo e oposição.

Fonte: http://colunas.bomdiabrasil.globo.com/alexandregarcia/

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